sábado, novembro 19, 2011

Rá-Peixe

Ramulequesacolenopetunaojuntaunléconcré. Vatratákdestexchulévéynup.

Wakew tah kuapesty!!!



domingo, setembro 11, 2011

Eu sei

 


Drama

Hoje eu estou muito sentimental!
Hoje eu estou muito sensível!
Não, não me toque, não me avalie, não me cobre!
Não venha me cobrar juízo, desempenho, evolução,  nem nada...
Vou hidratar os meus cabelos, aparar as sobrancelhas, fazer a unhas, investir numa dieta antioxidante, caprichar nos meus projetos profissionais e rezar pra, pelo menos, eu não deixar de  gostar do que vejo no espelho!
Não, este espaço imenso no meu peito não é um vazio... é só um enorme espaço a ser preeenchido, um dia, quem sabe, com certeza...
Não, esta ferida que não cicratiza nunca e que me faz "urrar" de dor não há de me matar! Ela não faria isso, pois se eu morrer ela vai junto!
Não, eu não posso dizer que ... deixa pra lá!
É, eu vou hidratar os cabelos e  fazer  as unhas  como faço todas as semanas... mas desta vez a dieta será levada a sério! 
Vou cantar as minhas músicas favoritas, assistir ao meu DVD da Celine Dion e pensar em estratégias para vencer na vida através da perseverança: "That´s the way it is!".





bjuxxx

























quarta-feira, setembro 07, 2011

Você*Você*Você

A você, a Deus...

Quantas vezes estive, e estarei, confusa e sem razão?
Racionais são os sentimentos guardados, que sufocados sabem que só sobreviverão se assim permanecerem.
As palavras soltas deslizam seus sentidos... além da língua, além dos olhos!
Fotos suas, publicadas por aí, me consolam e aquietam os meus dedos... úmidos! Roo unhas...
Gostaria de saber mais quando procurei em ti toda a claridade da qual eu necessitava.
Necessárias foram as palavras, quando eu só sabia calar o que sentia, enquanto eu sentia medo.
Racionais foram os pensamentos que me impediram de usar as palavras; mas não foram convincentes o bastante para que eu não quisesse me expor através de pequenos gestos, suspiros e olhares.
A você: tudo o que há de bom!  A Deus: peço absolvição!




Aaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh!!!!























quinta-feira, agosto 18, 2011

Falamansa´ye

Forró nº 1
Luíz Gonzaga
Tom: A#



Bb F D# Bb


{ Sanfona velha do fole furado , só faz fum , só faz fum


{ F


{ Mesmo assim o cavalheiro faz um refungado


{ D# Bb


{ E o coração da morena, faz Tum, Tum


{ D#


{ O sanfoneiro animado puxa o fole


{ F Bb


2x{ Depois de tomar um gole de rum


{ D#


{ E haja fum, haja fum, haja fum


{ F Bb


{ Forró com esse fole é forró número 1


{ D#


{ E haja fum, haja fum, haja fum


{ F Bb

{ Forró com esse fole é forró número 1






INTRODUÇÃO






Bb D#


Vem gente de todo lado conhecer o sanfoneiro


F Bb


Porque ele é o primeiro a tocar no fole furado


D#


E em pouco tempo já começa um zum, zum, zum


F Bb


Sanfona velha assim não se vê em canto nenhum


D#


E haja fum, haja fum, haja fum


F Bb


Forró com esse fole é forró número 1






D#


E haja fum, haja fum, haja fum-fum


F Bb


Forró com esse fole é forró número 1


Bb F D# Bb


{ Sanfona velha do fole furado , só faz fum , só faz fum


{ F


{ Mesmo assim o cavalheiro faz um refungado


{ D# Bb


{ E o coração da morena, faz Tum, Tum


{ D#


{ O sanfoneiro animado puxa o fole


{ F Bb


2x{ Depois de tomar um gole de rum


{ D#


{ E haja fum, haja fum, haja fum


{ F Bb


{ Forró com esse fole é forró número 1


{ D#


{ E haja fum, haja fum, haja fum

{ F Bb

{ Forró com esse fole é forró número 1 









quinta-feira, agosto 11, 2011

Eu trouxe a corda e só me falta a caçamba...

Olá, bloguxo lindo do meu coração! Como prometi, volto com a exposição sobre os meus conhecimentos "básicos" em cultura e expressões representativas  no Brasil... ou será melhor dizer "música e  manifestações populares no Brasil"? Ou melhor: relações socioculturais na construção da identidade brasileira através de manifestações de populares? Hummmm, ok, "fica" "História Social da Música Popular Brasileira" mesmo, como "tava" no livro:  
TINHORÃO, José Ramos. [1928] História Social da Música Popular Brasileira. São Paulo: Editora 34, 1998.
Bom, eu estou com muuuuita preguiça de produzir um artigo científico... mas não é pq eu sou preguiçosa! È pq eu estou cansada das outras coisas que eu tenho pra fazer. Então eu serei breve e deixarei links  que atestam o meu saber. Tudo bem q já passou a festa de São João faz tempo, mas eu sou a "Senhora do Tempo" neste blog e pronto!
Bom, o "semba", um ritmo originalmente africano, trazido para o Brasil pelos negros das nações Angola e Congo,  especificamente sertão da Bahia, tocado durante as manifestações de "Congadas", que reproduziam a coroação de reis destes povos (meus ancestrais), influenciou outros ritmos trazidos e nascidos no Brasil. Há muito tempo, no sertão do nosso país, durante as festas, negros e brancos pobres subvertiam as dinâmicas das danças da Côrte, criando suas danças, nas quais os corpos ficavam colados pra que os casais pudessem "xamegar"! Das umbigadas e repentes do "semba" surgiram novas combinações e ritmos,  como o Samba-côco e o Baião, citados no DVD da Falamansa. (Vc pode conferir tudo o que eu escrevi aqui: <http://www.revistarepertorioteatroedanca.tea.ufba.br/11/arq_pdf/ensaiosobreosamba.pdf>.

Há quem diga que a influência africana no Forró não para por aqui, quer dizer, por aí... ou será por lá? Ok, dizem que o termo "forró" vem de "forrobodó" que é uma expressão africana... pode conferir aqui, "ó": <http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/motriz/article/viewFile/171/142>.

Bom, chegando logo onde quero chegar, o "Xote", conforme texto científico, tem influência do "Reggae". Mais uma vez notamos a influência africana... ou será melhor dizer afro-americana? Enfim, comprove aqui: http://www.revistabrasileiradocaribe.org/revista_14.pdf#page=173.


Aqui vai o vídeo de uma música que eu amo, pq além da Falamansa tem o Zeider, vocalista da Planta e Raiz:

 






PS:


 :








sexta-feira, julho 29, 2011

Dancei, eu quebrei, balancei e "xaxei"

Só no sapatinho:





Na moral, na moral...




Então,bloguxo lindo do meu coração, eu fui, mais uma vez, ao show da Falamanse foi simplesmente DEMAIS!!!
Bom, neste caso eu deveria ter postado um videoclipe desta banda, ou pelo menos de alguma outra banda ou artista que toque forró, certo? Você deve estar se perguntando: "puxa, o que esta maluca acha que a Vanessa da Mata, o Charlie Brown e o J Quest tem a ver com a banda Falamansa?  O que a Black Music tem a ver com a banda Falamansa?".
Daí, euzinha, comunicóloga graduadíssima e aspirante a antropóloga, explico-lhe que exatamente com a Black Music norte-americana nada...mas, com o "semba", um ritmo musical genuinamente  afro-brasileiro e de origem nordestina popularmente conhecido nos dias de hoje como "Samba", absolutamente TUDOO!!!
Agora eu não vou poder demontrar meus conhecimentos sobre "História Social da Música Popular Brasileira", (é assim que "tava" no livro), mas aguarde no próximo post mais um pouco de cultura e entretenimento, para que as malignas línguas não venham fuçar meus segredos e dizer que a minha vida é só curtição e que meu bloguxo não tem conteúdo!




Bjuxxx




PS:ok, de repente pode ser que este post não tenha ficado tão criativo e interessante quanto eu queria... mas é que eu não estudei publicidade como o Tato e o meu "amado-professor-antropólogo". Ok, eu peguei a disciplina como optativa, mas um semestre só foi pouco! Enfim, a minha intenção era fazer um link pra ganhar tempo pra inserir um post relacionado a este evento, uma "performance cultural com eficácia" (lembra de um post de fevereiro/2011 com conteúdo acadêmico?), uma vez que a banda Falamansa costuma passar mensagens de interesse social através da sua arte.
Ps2: Não, eu não estou ganhando nada e nem estou fazendo propaganda... quer dizer estou tentando me promover à custa da banda, sim, eu não nego, mas a minha intenção é das melhores...
Ps3: eu não esqueci da promessa de demonstrar meus estudos sobre a ciência que eu acabo de fundar, a "antropofagologia", mas eu garanto que vale a pena esperar!!! 






quinta-feira, julho 21, 2011

Cinderela derretida... (esse aqui é particular!)

E hoje em dia, como será que se diz EU TE AMO?
Assim???


Ou assim???

 

Ps: Ai de mim! Digam-me, salamandras do fogo da paixão, o que euzinha derretida posso dizer ou fazer? O que posso fazer se eu amo meu "belo-príncipe-amado-professor de antropologia" e não sei como dizer?
Ps2: Eu o amooooo!!!







terça-feira, julho 19, 2011

"Cada volta é um recomeço!"

Devolta ao meu bloguxo, confesso, mais uma vez, que estar aqui e expressar o que sinto, o que vejo e o que conquisto através do simples ato de "sonhar", representar meu "eu" escondido e sufocado... digo, ops, escrevo que: nada mais importa! 
Não posso controlar a mente das pessoas ao meu redor, ainda, e não posso mudar o mundo. Mas sei, como está provado através do tempo materializado em posts neste blog, os quais chamo de "minhas memórias", que posso controlar os meus impulsos e me descontrolar também quando eu achar que devo; e assumir novamente o controle da minha vida e perder o controle quando estou apaixonada, e controlar os controles que controlam os controles controladores que descontrolam os controles que eu quero controlar!
 Eu controlo!!!


Bjuxxx

Ps: não perca nos próximos posts a minha exposição sobre meus estudos em "antropofagologia"!!!

terça-feira, junho 21, 2011

... eu ainda tenho fé em Deus!!!



Malditos sejam os ímpios!!!





Valei-me São João! Valei-me!!!

Ps2: Pode vir na moral!!!

Ps3: Eu vou procurar...

quinta-feira, junho 16, 2011

Êh, sanfoneeeiro, seu cabra! Volta, volta, volta, revolta...


Valei-me, São João do Apocalipse!!!





Olha a peixeira!!! Tá danado...

  
  


Ps: não é que eu não gosto de forró, xote... é só que eu prefiro um xaxado!!!


Ps2: REVOLTA!!!




quarta-feira, março 23, 2011

Eu perdi!




Eu perdi, eu perdi, eu perdi, eu perdi....






eu perdi o meu medo da chuva!




चुंबन

segunda-feira, março 21, 2011

quinta-feira, março 03, 2011

...como eu sou tão carinhosa e muito, muito que te quero...

 
Lord "Habib"

"Meeeeu", a gente tem tudo pra dar certo!
Fica comigo!
Com você por perto tudo é tão liiindoooo...

Fica comigo?
Na beira da praia, de frente pro mar:
Fica comigo!

Tira a calça jeans e veste uma bermuda!
Agora tira a bermuda, porque eu quero você sério!
"Meeeeu", imagina: na areia a nossa cor, o Mp3 tocando "váaaarias" da Celine Dion...Pura magia, neah?!
Vem, vem que eu sou a sua "marrom- bombom"!
Tira a calça jeans que eu coloco um biquini "beeem" cavadão:






Ps1: Meu coração bate feliz quando te vejo e os meus olhos ficam sorrindo...



Ps2: Fica comigo?

















Bjuzzz














segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Por favor, me dá a chupeta!




"É nóis! Tamo aí na atividade"!




Atividade: resumo-crítico:

GRABURN, Nelson. Reconstruindo a tradição: turismo e modernidade na China e no Japão. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.23, nº 68, São Paulo, out. 2008.

SILVA, Rubem Alves da. Entre “artes” e “ciências”: a noção de performance e drama social no campo das ciências sociais. In: Revista Horizontes Antropológicos, v. 11, nº 24, Porto Alegre, jul/dez. 2005.

ARAÚJO, Silvana Miceli de. Artifício e autenticidade: o turismo como experiência antropológica. In: BANDUCCI Jr, Álvaro; BARRETO, Margarita (Orgs.). Turismo e Identidade Local: uma visão antropológica. Campinas: Papirus, 2001, pp. 49-63.

            O presente trabalho, através de um resumo-crítico, analisa os casos descritos por Nelson Graburn como exemplo para o turismo contemporâneo, considerando o fenômeno como experiência antropológica. Para tanto, partimos do pressuposto de que o turista e as encenações preparadas para o turismo, potencialmente, buscam a interação com determinada cultura/tradição, todavia, preparada conforme os interesses de uma atividade econômica. Planejadas com um produto a ser consumido como “original”, as performances culturais são ressignificadas/traduzidas como performances turístico-culturais representadas/reinventadas através de uma fachada que se distancia ou se aproxima da “realidade” a partir da natureza das políticas culturais envolvidas em seu planejamento.
            No texto “Reconstruindo a tradição: turismo e modernidade na China e no Japão”, Nelson Graburn ressalta a importância do continente asiático como uma das principais regiões de destino e origem do turismo internacional na contemporaneidade. O autor explica que apesar da existência do costume enraizado em países do Leste asiático em valorizar e visitar suas tradições de “alta cultura”, atualmente, a exótica e marginalizada cultura das minorias locais, assim como a cultura de países do ocidente, são peças-chave no turismo étnico e cultural desenvolvido na China e no Japão. Segundo Graburn, as massas urbanas destes países representam 95% dos turistas que circulam em busca de fantasias e novas experiências em aldeias e parques temáticos étnicos criados essencialmente para o turismo, em áreas rurais e urbanas, reproduzindo alegorias de lugares da cultura regional e estrangeira.
            Conforme o texto, percebemos que a finalidade e o conteúdo das políticas de desenvolvimento para o turismo aplicadas na China diferem daquelas aplicadas no Japão em determinados aspectos. Na China, o foco está nas regiões mais pobres, especificamente a oeste e sudoeste, onde a cultura de minorias étnicas é representada de maneira estereotipada para o turismo rural, sendo a população local incluída como atração turística na maioria dos casos. Graburn explica que o governo chinês tem como objetivo o desenvolvimento econômico das regiões que não fazem parte das rotas do turismo tradicional, além de atrair turistas estrangeiros e garantir prestígio internacional. Também na China, porém em áreas urbanas e próximas a grandes centros, são encontrados parques temáticos étnicos e folclóricos, locais onde são representadas através de performances turístico-culturais 56 minorias étnicas locais, assim como minorias étnicas estrangeiras. No Japão, de acordo com o texto, a diversidade étnica não tem sido valorizada pelo turismo como na China, embora em alguns casos o turismo tenha contribuído para o renascimento e revitalização de aldeias tradicionais. Aliando o fascínio pelo mundo ocidental a uma política de internacionalização, criou-se no Japão uma “tradição” em reproduzir a arquitetura de países e lugares distantes através de parques temáticos e aldeias estrangeiras. A preocupação em manter uma unidade nacional e coibir movimentos separatistas, apesar da diversidade étnica e regional, é visível em ambos os países.
            No texto “Entre ‘artes’ e ‘ciências’: a noção de performance e drama social no campo das ciências sociais”, Rubem Alves da Silva desenvolve uma reflexão teórica acerca de estudos antropológicos das formas expressivas, enfatizando a noção de performance, drama e ritual no campo das ciências sociais, através de um diálogo entre os principais autores da área: Victor Turner (1974; 1982; 1987), Victor Turner e Edward Bruner (1986), Clifford Geertz (1978; 2001), Erving Goffman (1982), Michael Taussig (1993), Richard Schechner (1985; 1988) e John Dawsey (1999), entre outros. Por meio de uma análise de conceitos teóricos acerca dos processos da vida social, o texto compreende o “drama social” como uma unidade desarmônica da realidade cotidiana, iniciado em situações de conflito/ruptura. Como um momento extraordinário, o “drama social” é seguido por fases caracterizadas como “antiestrutura”, entendidas como noções centrais do modelo ritual: a liminaridade, conceito associado a rituais de passagem no qual o indivíduo/grupo transita social e culturalmente por posições ambíguas de status em um espaço simbólico no qual a realidade é representada por metáfora/alegoria, resultando na experimentação de uma condição diversa da habitual; e a communitas, relação espontânea motivada por valores, crenças ou ideais coletivos entre indivíduos durante um “drama social/ritual”.
            Em sua análise, Silva enfatiza a teoria de que, enquanto ator social, cada indivíduo representa papéis em sua vida cotidiana através de comportamentos preestabelecidos no “palco” da vida em sociedade. Estes comportamentos são definidos como “performances culturais”. O autor relaciona a ideia de que através da experiência do drama/performance inscrevemos os códigos da nossa cultura, “teia de significados” que compreende uma realidade dinâmica, carregada de elipses e contradições.  A interação entre performer e espectadores é estabelecida através da afinidade do público com a representação, relação que revela os elementos contextuais do evento performático.  O evento envolve um “público integral” quando os espectadores compartilham dos valores e códigos representados, ou um “público acidental” quando a audiência é motivada simplesmente pela busca de diversão. Lembrando que nenhuma representação é puramente rito/ritual ou estético-teatral, o tipo de envolvimento da audiência poderá interpretar a performance/drama como um ou outro, o que sugere que a “platéia” participa do processo ritual definindo a “intensidade da performance”. 
            Durante o fenômeno, independentemente da interpretação da platéia, o performer e a audiência são “transportados” para o espaço simbólico ali criado momentaneamente, vivenciando uma experiência singular/liminar: tornam-se outros/”não-eles", sem deixar de ser  quem são usualmente, “não não eles”.  Quando este deslocamento implica em uma mudança permanente de status do ator social, enquanto performer ou espectador, ocorre o que conceitualmente é definido como “transformação”: uma reconfiguração identitária através do despertar de uma “consciência crítica” após a reflexão sugerida na  liminaridade da performance/drama. Através das performances culturais/dramas sociais, o ator social tem a possibilidade de modificar a sua posição na sociedade, o que é definido como “eficácia”. Quando a performance não repercute significativamente no cotidiano, conforme o texto, a sua natureza é voltada para o “entretenimento”.
            De acordo com as teorias analisadas por Silva, os diferentes tipos de performances são produtos de processos dinâmicos de nossa cultura. Reelaboradas ao longo do tempo, as performances pretendem reproduzir uma sequência comportamental baseada em um modelo que direciona a interpretação do performer. Este modelo reconstruído segue o que foi teorizado como ”comportamento restaurado”, uma atividade cultural que evoca a memória e está relacionado aos processos de socialização escolhidos pelo ator. A restauração de determinados eventos performáticos, motivada por interesses da indústria do turismo, tem engendrado um fenômeno definido como “invenção das tradições”, transformando performances culturais ainda praticadas e outras a serem “resgatadas” em atração turística.
             No texto “Artifício e autenticidade: o turismo como experiência antropológica”, Silvana Miceli de Araújo estabelece uma reflexão antropológica sobre o turismo, através de um diálogo entre Daniel Boorstin (1992) e Dean MacCannell (1976). Conforme Araújo, os argumentos dos dois autores se diferenciam quanto à análise do teor da experiência vivenciada durante a viagem, transformada através da indústria do turismo no que Boorstin classifica como ”pseudo-evento/realidade” e MacCannell como “autenticidade encenada”.
            Boorstin utiliza como imagem paradigmática de viajante aquele que busca através do deslocamento a ampliação de seus parâmetros históricos e sociais. O autor tece uma crítica quanto à “experiência de ir e estar lá” na contemporaneidade, classificando a experiência do turista como “diluída” ao ser engendrada artificialmente através de tecnologias. Nesta perspectiva, o turista, “mero espectador”’, é guiado por “fantasias e expectativas extravagantes”, vivenciando uma “metáfora da irrealidade” através de “pseudo-eventos/realidades”. Para Boorstin, os procedimentos que envolvem a prática turística transformam a “verdadeira experiência do estar lá” em uma experiência pré-fabricada, articulada antes mesmo do deslocamento através da aquisição do pacote turístico. As atrações turísticas são analisadas como uma invenção que diminui a “quantidade de experiência”, pois estão dissociadas do contexto de sua verdadeira origem em face da sobreposição da “realidade turística”. Conforme o autor, somente durante as suas compras o turista vai de encontro aos nativos. Esta seria a sua única oportunidade de adquirir uma lembrança individualizada em um contexto de usufruto globalizado.
            MacCannell elabora a ideia de “dialética da autenticidade”, ampliando analiticamente a questão da “irrealidade do mundo turístico”. Segundo o autor, os espaços turísticos produzem uma realidade comparada a uma “autenticidade encenada”, e o turista aprecia as atrações turísticas como algo “original” por estar motivado pela busca de “experiências autênticas”. MacCannell analisa o ambiente turístico como um lugar concebido através de uma linguagem que atende ao imaginário do homem contemporâneo, articulando valores em um “espaço de encenação” que funciona como um suporte para o encontro do outro. A aquisição de suvenires se expressa, metaforicamente, como um suporte “espúrio”/ilegítimo para possuir a autenticidade que se imagina estar presente na atração turística.
           
1.            Performance turístico-cultural: uma experiência antropológica da pós- modernidade
            Imerso em um contexto de liminaridade durante a sua viagem, o turista assume uma nova identidade social. O desempenho de sua performance irá depender de sua afinidade com a cultura/tradição visitada. Poderá atuar como “público integral” através de um envolvimento ritual; ou como “público-acidental”, quando busca apenas a sua diversão.  
            Na China, a aldeia mulçumana de Tuyuk é visitada por os turistas/peregrinos religiosos interessados nas mesquitas e sepulturas de profetas. Na paupérrima aldeia de Quingkou, o turismo ainda é raro por conta da dificuldade de acesso. Indicada como Herança Natural e Cultural da Unesco, Quingkou recebe “viajantes” e fotógrafos acusados pela população local de explorar a paisagem através da venda de imagens dos terraços de arroz ali cultivados. Em Guizhou, os turistas são incentivados a participar das performances encenadas pelos locais através da dança e da música, ou até mesmo socando arroz. Em sua maioria homens jovens e de meia idade que desejam diversão, os turistas também são incentivados a interagir cortejando as jovens locais. Nos parques temáticos étnicos e folclóricos de Kunming e Shenzen, os turistas são apenas espectadores das performances preparadas como atração turística.
            No Japão, nas aldeias de minorias étnicas de Hokkaido, os turistas são convidados a apreciar a cultura material, a dança, a música e a encenação de rituais seculares. Em “Rittoru Waradu”, parque temático de aldeias estrangeiras construído perto de Nagoya, os turistas, em sua maioria mulheres jovens, com ou sem filhos, podem circular vestindo trajes tradicionais de países europeus, desfrutando de uma experiência de “vida estrangeira”. Em “Huis ten Boch”, reconstrução de uma cidade holandesa próxima a Nagasaki, o turista, em sua maioria de meia idade e interessado na diversidade cultural, é convidado a apreciar a arte e a gastronomia holandesa, a conhecer sobre os laços históricos entre Japão e Holanda iniciados no século XVII, ou relembrar a experiência de já ter viajado à Europa. 
            Para as minorias étnicas que participam das performances turístico-culturais encenando seus costumes, a liminaridade se inicia no momento em que deixam de ocupar o status de marginalizados e passam a ganhar importância no cenário econômico de seus respectivos países.
            Na China, nas aldeias étnicas de Guizhou, as jovens locais recebem os turistas oferecendo-lhes vinho de arroz trajando versões estilizadas de suas vestes tradicionais. As mulheres mais velhas ficam responsáveis pela venda de tecidos e vestes, além de demonstrar as instalações das tecelagens e o processo de confecção. Os homens, em trajes mais simples, apresentam a sua música. Nos parques temáticos de Kunming e Shenzen, membros de minorias étnicas apresentam a dança e outros itens de sua cultura tradicional de forma estereotipada. Em Shenzen, jovens atores de pequenas comunidades chinesas também encenam a cultura de minorias étnicas estrangeiras. Em geral, os locais oferecem as tradições como alegoria, submetidos a uma política que inibe movimentos de resistência cultural e/ou afirmação identitária.
            Em Hokkaido, no Japão, a política existente não impede que a afirmação identitária nas aldeias turísticas da etnia ainu seja idealizada através dos impactos do turismo étnico, criando “espaços de transformação”, fundamentais para o renascimento de sua tradição e aprendizado cultural dos mais jovens. Nos parques temáticos e aldeias turísticas estrangeiras, pessoas de diversas nacionalidades da Europa são contratadas para representar aspectos positivos da cultura de seus respectivos países.

2.    A metáfora da irrealidade na autenticidade encenada em atrações turísticas
            As atrações turísticas viabilizam o contato com uma determinada cultura/tradição definindo um “comportamento restaurado” que deve atender a uma demanda por realização de fantasias. Desta forma, um comportamento autêntico de um determinado grupo tem o seu contexto modificado, encenado numa realidade que tem como objetivo principal a sua eficácia enquanto mercadoria.
            Podemos observar que, tanto na China como no Japão, o passado é evocado de forma idealizada através da cultura e da arquitetura, local ou estrangeira, representadas conforme a política instituída em cada um dos ambientes estudados.   
            Na aldeia mulçumana de Tuyuk, o governo chinês direciona o turismo para as cavernas com desenhos sagrados desenhados por budistas há mais de mil anos. Ali, o envolvimento da comunidade local com as atrações oficiais é mínimo. Na aldeia de Quingkou, o governo paga para que a minoria étnica Ha Ni não modifique a arquitetura pitoresca. A valorização das diversas minorias étnicas pelo governo inclui apenas os interesses voltados para o turismo, com ações que sufocam as diferenças culturais entre os grupos e impõem a modernidade no cotidiano das comunidades. Em Guizhou, as jovens de etnia Miao protagonizam os espetáculos como “guardiãs das tradições”, enquanto que totens religiosos recentemente esculpidos integram as atrações turísticas da aldeia Bu Yi, embora a sua religião animista tenha sido abrandada. No parque temático de Kunming, as diferentes minorias espalhadas pelo interior de Yunnan executam performances em conjunto, propagando um discurso estatal oficial de “união multiétnica para a prosperidade da nação”. No parque de Shenzen, as atrações também incluem uma “nação multiétnica imaginária”, além de “transportar” o público para países estrangeiros através das performances encenadas pelos locais.
            No Japão, as aldeias turísticas de Hokkaido comercializam artefatos transformados e/ou criados especialmente para os visitantes. Os parques e aldeias que recriam o ocidente realizam a fantasia de ser estrangeiro ou estar no estrangeiro, além de servirem de modelo para o planejamento sustentável na tentativa de superar as tradições copiadas.
            Em geral, nos casos analisados, as atrações turísticas promovem os interesses governamentais em detrimento dos valores socioculturais envolvidos, fato que nos leva a concluir que as políticas culturais determinam a intensidade/qualidade da experiência vivenciada através do turismo.


PS 1:
Não?!
       Pois não!
                 Não vou chorar!
                                  Não, vou chorar!


PS 2: Ah, se tu soubesses...
BJUZZZ